sábado, 22 de novembro de 2025

Enem 2025: tudo sobre a fraude que anulou questões e envolve estudante de Medicina


Fonte da informação:https://www.oitomeia.com.br/noticias/2025/11/22/enem-2025-tudo-sobre-a-fraude-que-anulou-questoes-e-envolve-estudante-de-medicina/

O Ministério da Educação (MEC) anulou três questões da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 e acionou a Polícia Federal (PF) para investigar uma suspeita de fraude, após um universitário que presta mentoria online ter divulgado questões muito parecidas às que foram aplicadas, cinco dias antes da prova.

O universitário é Edcley Teixeira, estudante do curso de Medicina. Candidatos ao Enem relatam que não foram só as três questões anuladas que foram vazadas, e sim mais de 10, todas da prova de Ciências da Natureza e Matemática. Algumas das questões chegam a ter até mesmo as alternativas idênticas.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) afirmou que, apesar das questões similares, não houve vazamento da prova. O instituto reconhece “similaridades pontuais” entre os itens aplicados, mas mantém a posição de que a avaliação segue “lisura, isonomia e validade”.

Ainda de acordo com o Inep, não há riscos da prova ser anulada, e o cancelamento de questões é uma medida já prevista dentro da metodologia da prova. A Polícia Federal apura a autoria e a conduta na divulgação das questões.

Como o estudante “adivinhou” as questões?

Edcley Teixeira afirma ser estudante do curso de Medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC) e vende mentoria online para candidatos ao Enem. Ele se apresenta como fã do ministro da Educação, Camilo Santana. Após a polêmicas, Edcley publicou um vídeo afirmando que “previu” o Enem e que “democratizou” o exame.

Logo após a anulação das questões, estudantes denunciaram o esquema de Edcley: ele pagava R$10 para cada questão do Prêmio Capes de Talento Universitário que o aluno memorizasse. O concurso é voltado para quem está no primeiro ano do Ensino Superior, e funciona como um pré-teste para o Enem, e algumas questões poderiam integrar edições futuras da prova. A prova do Prêmio Capes é realizada em um computador, e o aluno não pode levar o caderno de questões para casa.

Em entrevista ao G1, um aluno, que preferiu não se identificar, afirmou que Edcley afirmava que queria incentivar a participação dos estudantes e pedia para que memorizassem o maior número de perguntas possível.

Ele falava que pagaria nossa passagem para sair de Sobral (CE) e ir até Fortaleza participar do Talento Universitário. Dizia que gostava muito desse prêmio e que queria incentivar nossa participação. Ele pedia para a gente memorizar o maior número de perguntas possível: as imagens, os contextos, os conteúdos abordados. Mandamos tudo para ele. Não tínhamos noção do que estava acontecendo. Achei que ele quisesse ideias para montar simulados“, disse o aluno.

Quais questões foram anuladas?

Segundo o Inep, a Polícia Federal foi acionada e investiga uma possível quebra de sigilo. O instituto afirma que foram identificadas “similaridades pontuais” em apenas três questões. São elas: Fotossíntese (115 na cinza; 121 na amarela; 132 na verde; 123 na azul); Grito (118 na cinza; 115 na amarela; 135 na verde; 132 na azul); e Parcelamento de R$ 60 mil (172 na cinza; 178 na amarela; 168 na verde; 174 na azul).

Os estudantes também notaram similaridades em outras questões que, até o momento, não foram anuladas. São elas: pergunta sobre espécies (122 na cinza; 122 na amarela; 117 na verde; 116 na azul); pergunta sobre desvio padrão (158 na cinza; 157 na amarela; 155 na verde; 165 na azul); e também na pergunta sobre tijolos (148 na cinza; 152 na amarela; 137 na verde; 150 na azul).

Fraude do Enem 2009

Essa não é a primeira crise no Enem relacionada a questões vazadas. No ano de 2009, a jornalista Renata Cafardo, na época funcionária do Estadão, recebeu um telefonema oferecendo a venda de uma prova do Enem, uma semana antes da aplicação da prova. Renata então se encontrou com os suspeitos e gravou o encontro em áudio. Em seguida, entrou em contato com o MEC para confirmar a veracidade das questões que conseguiu memorizar.

No dia seguinte, o Ministério da Educação anunciou a suspensão das provas. Na época, o Inep havia contratado um consórcio formado por três empresas, e em uma delas houve o furto das provas. Na época, a prova que estava prevista para nos dias 3 e 4 de outubro precisou ser adiada para os dias 5 e 6 de dezembro, afetando cerca de 4,1 milhões de candidatos.

Informações:

Joyce Nirvana

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